ATA DA DÉCIMA QUARTA REUNIÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA COMISSÃO REPRESENTATIVA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 19-07-2007.

 


Aos dezenove dias do mês de julho do ano de dois mil e sete, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Comissão Representativa da Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e quarenta e cinco minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Comassetto, Luiz Braz, Margarete Moraes, Maria Celeste e Neuza Canabarro, Titulares, e pelo Vereador Carlos Todeschini, Não-Titular. Constatada a existência de quórum, a Senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Reunião, compareceram o Vereador Alceu Brasinha e a Vereadora Clênia Maranhão, Titulares. Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 149, 151, 4176, 5516 e 5907/07, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Na ocasião, deixaram de ser votadas as Atas da Oitava e Décima Reuniões Ordinárias e a Ata Declaratória da Nona Reunião Ordinária da Terceira Comissão Representativa. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Luiz Braz mostrou-se consternado com o acidente envolvendo avião da empresa de transportes aéreos TAM, acontecido no dia dezessete de julho do corrente, afirmando tratar-se de um dos maiores sinistros registrados na história da aviação mundial. Sobre o tema, qualificou como delicada a situação do tráfego aéreo no Brasil, enfatizando a necessidade de que sejam adotadas medidas para evitar a ocorrência de novas tragédias. Finalizando, lamentou o falecimento do Deputado Júlio Redecker, que se encontrava nesse vôo. A seguir, por solicitação do Vereador Luiz Braz, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma às vítimas do acidente com o avião da empresa de transportes aéreos TAM, ocorrido no dia dezessete de julho do corrente, em São Paulo. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Adeli Sell analisou os fatores relacionados ao acidente ocorrido com o avião da empresa de transportes aéreos TAM, lembrando que as verdadeiras causas desse fato ainda não foram apuradas e ponderando que essa companhia deve ser responsabilizada naquilo que for da sua competência. Igualmente, expressou a solidariedade da Bancada do Partido dos Trabalhadores com as pessoas atingidas por esse sinistro, enumerando personalidades conhecidas nos âmbitos político, econômico e esportivo que faleceram nesse desastre. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Adeli Sell elogiou as medidas tomadas pela Presidenta deste Legislativo, Vereadora Maria Celeste, para averiguar a possibilidade de repercussões, na Câmara Municipal de Porto Alegre, das denúncias de desvio e venda irregular de selos, as quais envolveram a Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul. Sobre o assunto, assegurou que os Vereadores buscam o esclarecimento desses fatos, com o objetivo de que se preserve a ética e a transparência desta Casa. O Vereador Aldacir Oliboni apontou dificuldades impostas aos moradores da Vila Dique pelo tráfego noturno de aviões de carga no Aeroporto Internacional Salgado Filho, afirmando que o ruído prejudica o descanso daquela comunidade e propondo a adoção, nesse Aeroporto, de horários de funcionamento que não sejam nocivos às comunidades de seu entorno. Ainda, solidarizou-se com familiares das vítimas do acidente ocorrido anteontem no Aeroporto Internacional de Congonhas, em São Paulo. O Vereador Carlos Comassetto defendeu mudanças na legislação municipal, no sentido de se proporcionar às Comissões Permanentes acesso à infra-estrutura desta Casa durante o recesso parlamentar, sustentando que as demandas da população têm de ser igualmente atendidas durante esse período. Além disso, prestou esclarecimentos acerca das atividades que estão sendo desenvolvidas conjuntamente, durante o recesso, pelos Vereadores integrantes da Comissão de Saúde e Meio Ambiente. A Vereadora Clênia Maranhão manifestou seu pesar pelas mortes ocorridas no desastre de anteontem no Aeroporto Internacional de Congonhas, em São Paulo, chamando a atenção para a presença, entre as vítimas, de representantes da entidade Tricoteiras da Esperança, a qual se fez presente neste Plenário, recentemente. Em relação ao assunto, afirmou que o ocorrido não pode ser considerado um acidente e que fatos similares já vinham acontecendo com aeronaves de pequeno porte. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Clênia Maranhão, dando continuidade a seu pronunciamento em Comunicações, discorreu acerca da crise que afeta o sistema de aviação civil no País. Nesse contexto, apontou deficiências em aeroportos brasileiros, como a existência de construções nas proximidades das pistas de pouso e decolagem, e asseverou que é necessária uma mudança conceitual na forma como esse setor vem sendo gerenciado no País. Em COMUNICAÇÕES, a Vereadora Margarete Moraes, mencionando os nomes da Senhora Nádia de Paula e dos Senhores Paulo de Tarso Dresch da Silveira e Júlio César Redecker, solidarizou-se com os familiares das vítimas do incêndio da aeronave da TAM, ocorrido no Aeroporto Internacional de Congonhas, no dia dezessete deste mês. Ainda, comentou Ofício encaminhado por Sua Excelência e pelo Vereador Carlos Todeschini ao Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, sugerindo o tombamento do Estádio Olímpico Monumental. A Vereadora Maria Celeste associou-se às manifestações dos Senhores Vereadores, de solidariedade aos atingidos pelo acidente ocorrido no Aeroporto Internacional de Congonhas. Também, abordou denúncias divulgadas na imprensa, de irregularidades na compra de selos pela Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, afirmando que a Mesa Diretora desta Casa efetuou investigações preventivas, não se constatando problemas nos serviços de postagem da agência de Correios desta Câmara. O Vereador Carlos Todeschini registrou sua consternação pelo acidente ocorrido no Aeroporto Internacional de Congonhas, propugnando pela investigação das causas dessa tragédia e criticando dificuldades observadas no fornecimento de informações sobre as vítimas do acidente. Além disso, citou projetos em debate na Cidade, para ampliação do Aeroporto Internacional Salgado Filho e reassentamento das famílias atualmente residentes em áreas destinadas a esse empreendimento. O Vereador Alceu Brasinha cobrou da Governadora Yeda Crusius a liberação de recursos para ampliação da Avenida Baltazar de Oliveira Garcia, atentando para os prejuízos que os comerciantes e moradores da região enfrentam, decorrentes da paralisação dessas obras. Da mesma forma, declarou que não foram encaminhadas as medidas definidas quando de reunião sobre o assunto, mantida com o Senhor Luiz Fernando Záchia, Chefe da Casa Civil, no dia onze de abril do corrente. Às onze horas, constatada a inexistência de quórum, a Senhora Presidenta declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Reunião Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pela Vereadora Maria Celeste e pelo Vereador Alceu Brasinha e secretariados pelo Vereador Alceu Brasinha. Do que eu, Alceu Brasinha, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após aprovada pela Mesa Diretora, nos termos do artigo 149, parágrafo único, do Regimento, será assinada pela maioria dos seus integrantes.

 

 


A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, não existe hoje um só brasileiro que não esteja extremamente consternado pelo desastre acontecido em São Paulo, no Aeroporto de Congonhas, com uma aeronave que saiu de Porto Alegre, levando 186 passageiros, e, destes, 120 eram gaúchos, Verª Neuza Canabarro, entre eles estavam algumas das grandes lideranças aqui do nosso Estado, pessoas que, realmente, com as suas atuações, faziam a diferença em nossa sociedade. Nós mesmos, do PSDB, hoje estamos extremamente amargurados pela perda de uma das lideranças, que não era apenas uma grande liderança do PSDB, mas, realmente, era uma das grandes lideranças do Rio Grande do Sul. Ouvi, ainda de manhã, o Presidente da Câmara, Deputado Arlindo Chinaglia, fazer uma referência ao nome do Júlio Redecker, falando das qualidades do Júlio e das relações dele dentro do Congresso Nacional. O que representava o Deputado Federal Júlio Redecker lá na Câmara Federal: um homem inteligente, combativo, um guerreiro, mas, ao mesmo tempo, um homem honesto, com muita licitude nos combates, procurando fazer com que aquela sua linha aguerrida não fossem apenas demonstrações demagógicas, mas, sim, servissem para que, no somatório dos debates, pudesse sair, realmente, alguma coisa em prol da sociedade. E é exatamente com esta linha que ele se transforma em líder das minorias, lá no Congresso Nacional. Realmente, é uma das maiores perdas que a política do Rio Grande do Sul poderia sofrer; vítima de um momento, de fato, muito delicado no tráfego aéreo do nosso País. Desde aquele desastre acontecido lá no Norte, quando nós estávamos ainda chorando aquelas vítimas, naquele que era o maior acidente aéreo da história da aviação brasileira, quando ainda estávamos pensando naquele acidente e discutindo sobre ele, acontece um acidente maior ainda e nos coloca em outra triste estatística. Nós estamos, agora, com este acidente acontecido em Congonhas, entre os trinta maiores acidentes da história da aviação mundial. Realmente, é uma das coisas, Verª Neuza Canabarro, tanto nós aqui na Câmara de Vereadores, como também outros Parlamentares, como também outros setores da nossa sociedade, a que temos de nos atentar, porque não podemos mais aceitar que as autoridades do tráfego aéreo apenas compareçam nos órgãos de imprensa, dizendo que, agora, está tudo controlado. Ouvi essa frase muitas e muitas vezes, muito embora nós não saibamos ainda as causas corretas do acidente de Congonhas, mas, com toda a certeza, ela está nesse invólucro todo desta tragédia que é o tráfego aéreo em todo o País. Ninguém mais tem certeza de nada quando entra num avião. Então não podemos mais admitir que as autoridades maiores deste País continuem a dizer que está tudo sob controle e que, agora, não há mais problemas. Não, nós temos muitos problemas e temos de ter toda a coragem para discuti-los da forma como eles os estão nos apresentando.

Eu solicito, Srª Presidenta, nós, que representamos aqui a sociedade porto-alegrense, que nós possamos fazer um minuto de silêncio em nome de todas as vítimas deste acidente da TAM, em respeito, num momento de meditação, para que nós possamos, neste minuto, quem sabe, transmitirmos os sentimentos de todos os Vereadores desta Casa.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Eu defiro plenamente, Ver. Luiz Braz, dizendo que a Câmara Municipal, juntamente com a Prefeitura, decretou luto oficial de três dias.

Também estivemos, ontem, na cerimônia religiosa organizada pela Governadora do nosso Estado, juntamente com as demais autoridades presentes, Prefeitos e todos os familiares dos mortos deste terrível acidente.

 

(Faz-se um minuto de silêncio.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ADELI SELL: Verª Maria Celeste, mui digna Presidenta desta Casa; colegas Vereadoras, colegas Vereadores, cidadãs, cidadãos, desde as 19 horas de anteontem, o nosso Estado, o nosso País vive essa tristeza incomensurável com este grave acidente, com esta tragédia que ocorreu com o avião da TAM, em São Paulo. A Bancada do Partido dos Trabalhadores, aqui presente, quer deixar a sua palavra de solidariedade a todos aqueles que foram acolhidos com essa triste situação. Nós ainda não sabemos, ao certo, quais as reais e verdadeiras causas deste acidente. Nós esperamos que as autoridades verifiquem todas as possibilidades, uma a uma, como é dever e competência de quem trata da questão do tráfego aéreo do País. Nós só podemos lastimar posições precipitadas, como temos ouvido no rádio, na televisão e nos jornais, acusando este ou aquele. Nós vamos cobrar, também, sem dúvida nenhuma, a responsabilidade da própria empresa. No caso, por exemplo, da liberação da lista: é inadmissível o que aconteceu, já não bastasse a comoção. E hoje um jornal da Capital fala que dez funcionários dessa empresa não estariam na lista oficial, por isso a demora. Se isso de fato aconteceu, é muito grave, é gravíssimo!

Sobre as questões da pista, há inúmeras controvérsias, e, sem dúvida nenhuma, o meu Governo vai verificar, ponto a ponto, a questão da liberação; ninguém vai fugir de nenhuma responsabilidade. Outros já se precipitam e colocam toda a responsabilidade no piloto. Também, volto a dizer, é precipitado; nenhum estudo ainda é conclusivo. A caixa-preta terá que ir para os Estados Unidos e, dentro de longos e penosos 30 dias, poderá ter-se uma visão mais acurada a partir do que foi dito no avião, do que está contido na caixa-preta. Portanto, nós vamos ter a maior das cautelas antes de tecer qualquer comentário sobre esta tragédia.

O que nos dói profundamente é a perda de tantos e tantos brasileiros, de 120 irmãos gaúchos, pessoas que, há dias, como o advogado Paulo Dresch da Silveira, usaram esta tribuna, aqui; como as tricoteiras, quatro ou cinco delas estavam presentes; dirigentes do Sinapers. A nossa solidariedade também aos nossos colegas do PSDB, que perderam o combativo Deputado, grande debatedor Júlio Redecker; a perda de pessoas ligadas a todos os ramos da nossa economia, da política, do futebol. O Paulo Rogério Amoretty; a Nadja, do Sintergs, que circulou muitas e muitas vezes nesta Casa, levantando reivindicações da sua categoria profissional; o Marco Antônio, que era o dirigente regional da TAM, e tantos outros que não vou nominar aqui, apenas cito esses como símbolos daquelas pessoas com quem muitos de nós convivemos muitas e muitas vezes. Por isso a nossa profunda consternação e a nossa profunda solidariedade com essas famílias. Muitos pais ficaram sem os seus filhos, muitos filhos ficaram sem os seus pais; isso é uma grande tragédia, e nós precisamos olhar para o futuro para que nós possamos evitar as falhas que porventura ocorreram, seja de uma ou de outra circunstância.

Nós vamos, sem dúvida nenhuma, esperar que tudo isso seja devidamente averiguado, para que depois, com muita serenidade, possamos tecer os comentários justos e corretos. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

O Ver. Adeli Sell está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ADELI SELL: Mais uma vez volto a esta tribuna e queria, neste dia tão difícil para todos nós, levantar algumas questões, rapidamente, para marcar a importância, Verª Maria Celeste, dos trabalhos desta Casa. Não falarei de algumas questões, porque, sem dúvida nenhuma, nós teríamos que colocar problemas do Estado, problemas do Município, mas eu queria dizer que me sinto muito confortado com a sua posição, Presidenta, acerca desses lastimáveis episódios que têm ocorrido na Assembléia Legislativa do Estado - o problema de malversação do uso de selos -, já que V. Exª tomou as devidas precauções de fazer as averiguações necessárias para que a gente possa evitar aquilo que aconteceu, e está acontecendo, em outras esferas dos nossos Legislativos.

Inclusive nós, ontem, conversamos com alguns Vereadores; sei que V. Exª já designou o nosso Diretor-Geral, a Diretora de Patrimônio e Finanças para fazer as devidas averiguações, e nós vamos colaborar, como Líderes, com a Mesa Diretora, para que esta Casa continue sendo uma Casa com muita transparência e ética. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Nobre Presidente, Verª Maria Celeste; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que acompanha o Canal 16, eu tenho a certeza de que ontem, hoje, todos os cidadãos, sejam porto-alegrenses, gaúchos, brasileiros, estão acompanhando este grave acidente acontecido no aeroporto de São Paulo. E nós, claro, que acompanhamos o dia-a-dia dos Parlamentares, não podemos esquecer aqui das pessoas que também dedicam a sua vida em prol do serviço público, e que são muitas vezes extremamente criticadas. Por isso que, uma vez que não se tenha ainda a decisão dos culpados, emite-se uma série de indagações a respeito do que a caixa-preta possa desvendar; se, de fato, houve excesso de velocidade, se há problemas na pista ou se é uma questão governamental.

Nós, cidadãos aqui em Porto Alegre, não podemos deixar de registrar o nosso Aeroporto Salgado Filho, onde também temos inúmeros problemas e, dentre eles, agora, o estudo do deslocamento da Vila Dique para o prolongamento da pista em Porto Alegre. Esses cidadãos e cidadãs que vivem no entorno do nosso Aeroporto já estiveram inclusive aqui na Câmara, na Comissão de Saúde e Meio Ambiente, reivindicando uma compensação devido não só ao deslocamento dessa Vila, mas principalmente pelo ruído dos aviões ao longo do dia e da noite, quando as pessoas não têm mais sossego para dormir. E alguns cidadãos da Vila Dique diziam que, à noite, os aviões de carga emitem um barulho ensurdecedor, e que não há como dormir. Os aviões de carga geralmente trafegam entre uma e três horas da manhã em função, possivelmente, de nesse horário o tráfego aéreo ser bem diferente. Quando nós participamos de atividades nessa região, percebemos que constantemente há o pouso como também a saída de aviões para outros Estados, outros países, enfim, para o mundo todo.

Eu creio que está na hora, sim, de a sociedade, de uma forma geral, intervir nos órgãos públicos - municipal, estadual e federal -, e poder fazer com que os aeroportos não se movam pela pressão das empresas, pelo comércio, pelo lucro, mas principalmente se comovam pela segurança daqueles cidadãos e cidadãs que estão ali trabalhando, no seu dia-a-dia, em que a passagem aérea faz parte do seu trabalho. É nesse sentido que nós não só nos solidarizamos com esses cidadãos, mas queremos contribuir, e por isso esta Casa, tenho certeza, possivelmente em breve, estará trazendo essa comunidade da Vila Dique, a comunidade do entorno do nosso Aeroporto, para saber, sim, para ouvir o que se pode fazer, para não só exigirmos uma maior segurança principalmente para que aquelas famílias ali no entorno possam ter um horário de descanso, um horário seguro, um horário de menos tensão, pois, depois que acontece esse tipo de acidente, que acaba prejudicando não só a mente, não só a vida desses cidadãos que estão no entorno, pela preocupação constante do dia-a-dia de que isso possa acontecer também no seu bairro. Nós estamos acompanhando tudo com respeito, e queremos nos solidarizar com essas famílias gaúchas, brasileiras, que tiveram essas perdas significativas. Nesse sentido também, como Vereador, conforme disse o nosso líder, Ver. Adeli Sell, estamos nos solidarizando com todas as famílias, principalmente com nosso Deputado gaúcho, Júlio Redecker, um rapaz jovem, 51 anos de idade, grande líder que, seja na oposição ou na situação, sempre foi um homem de grande caráter. Portanto, nós nos solidarizamos com todas as famílias e com todos os colegas. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Presidenta, Verª Maria Celeste; colegas Vereadores, Vereadoras, a nossa de Câmara de Vereadores, neste período de recesso, tem atuado constantemente nas agendas da cidade de Porto Alegre, e aqui eu quero fazer algumas referências, Presidenta, Verª Maria Celeste, de que tem um descompasso na funcionalidade da Câmara de Vereadores, no período de recesso, com a funcionalidade da sociedade porto-alegrense e do papel dos Vereadores. Como Presidente da Comissão de Direitos Humanos, a nossa agenda, neste período - Verª Margarete Moraes, aqui presente, Ver. Carlos Todeschini, Verª Maria Luiza, que aqui não está; Dr. Goulart -, ela não parou e não pára, porque as demandas colocadas referentes às ações de despejo, referente às Audiências Públicas que temos realizado, seja na Zona Leste com a Escola Gema Belia, seja na Maria da Conceição, no Partenon, seja no Vale das Figueiras, em Belém Novo, seja com as pessoas portadoras de deficiência, seja com o Movimento Negro em relação às Políticas afirmativas. Neste período, lá estivemos na Audiência Pública que pedimos ao Secretário Luiz Fernando Záchia. Lá estava o Ver. Todeschini, lá estava a Verª Margarete, lá estava a Verª Maria Luiza, lá estavam os Deputados Adão Villaverde, Marisa Formolo, Raul Carrion, com toda a comunidade. O Ver. Todeschini estava lá conosco à frente. Agora a estrutura funcional das Comissões, Srª Presidenta, não pode funcionar e utilizar a estrutura da Casa por um entendimento regimental legal desta Casa. Nós precisamos mudar, e eu lamento, pois há poucos dias nós votamos uma Emenda que deveria permitir que as Comissões funcionassem com essas demandas no período de recesso, e foi rejeitada faltando dois votos. Coloco aqui que deveremos, imediatamente após o recesso, Ver. Brasinha, retomar esse tema, porque recesso não são férias; a Cidade não pára.

E, por falar nisso, quero trazer um tema, sobre o qual fizemos uma Audiência Pública na Câmara de Vereadores, na Comissão, com a comunidade Maria da Conceição, Partenon. Tiramos uma agenda para essa comunidade, de ir até o Partenon com o Governo Municipal, coordenado pela Governança Local, para levar o cronograma da efetivação da reurbanização daquela comunidade.

Verª Clênia, temos dialogado com a Secretaria de Governança. No dia 10 fomos lá - chovia -: este Vereador, o Ver. Aldacir Oliboni e a Verª Maria Luiza. Para surpresa nossa não foi levada nenhuma resposta efetiva. Refizemos a reunião na última terça-feira. Lá estiveram órgãos públicos municipais, mas também sem levar a resposta. Com todo esse movimento, remarcamos a reunião para hoje, às três horas, quando o Sr. Secretário do DEMHAB irá receber a Comissão juntamente com a comunidade. Por que eu falo isso? Não precisaríamos, numa Comissão, que está trabalhando no recesso - é sua obrigação -, fazer quatro reuniões para chegarmos a um mesmo objetivo. Esses desencontros que acontecem na Gestão, nas suas diversas Secretarias, não contribuem para o serviço que aqui nos aportamos e apoiamos para que essas ações aconteçam na sociedade.

Quero convidar os colegas Vereadores e Vereadoras para hoje à tarde, às três horas, nós estarmos com o Sr. Nelcir Tessaro, Diretor do DEMHAB, tratando desse tema, que foi tratado aqui na Audiência Pública; sempre houve diálogo com o Governo Municipal para encontrarmos uma resolução para o cronograma das obras de reurbanização da comunidade da Vila Maria da Conceição. Nós queremos ter o cronograma dessas obras; foi um acordo feito tanto lá no Conselho do Orçamento Participativo e na comunidade bem como com o Executivo Municipal para que as pessoas possam ter visibilidade de quando irá acontecer o seu deslocamento, as obras de infra-estrutura, a rede elétrica, que é toda irregular.

Faço aqui, Srª Presidenta, um apelo, sim, para que nós possamos, tão logo termine o recesso, rever a legislação municipal para que as Comissões possam funcionar com os apoios estruturais desta Casa, legalmente, sem precisarmos estar batendo de porta em porta para que isso aconteça. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Verª Clênia Maranhão está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Srª Presidenta, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, não poderíamos, no dia de hoje, falar de outro tema que não seja exatamente a tragédia que se abateu sobre o Brasil em torno de 48 horas atrás. Nossa Cidade está de luto oficial, o Brasil está de luto pela tragédia anunciada do maior acidente aéreo da história brasileira. Um acidente aéreo de um vôo que sai de Porto Alegre com adultos, jovens, crianças, porto-alegrenses que se dirigiam a São Paulo para trabalhar, outros visitavam suas famílias, outros saíam em férias, outras pessoas estavam naquele avião exatamente para lutar no sentido de ter o direito de muitas categorias profissionais, trabalhadores da nossa Cidade, do nosso Estado. Eu me emocionei quando vi a foto das Tricoteiras da Esperança na Zero Hora de hoje. Essa foto foi tirada exatamente naquelas cadeiras há alguns meses, e o Sinapers procurava um espaço neste Parlamento para divulgar uma luta das mulheres e dos homens aposentados que vivem um outro drama neste País, o drama do não-pagamento das precatórias, que é o atraso do Poder Público em repassar exatamente os recursos que lhes dariam vida digna depois de terem trabalhado a vida inteira. Mas essa dor pela perda das dirigentes sindicais, da Nadja, que talvez seja a mais conhecida delas, e de tantas outras pessoas, dos advogados, dos profissionais, dos funcionários desse Sindicato, como dos técnico-científicos, era exatamente a dor que sentíamos quando pensávamos nas demais pessoas. Eu queria mostrar ao Ver. Oliboni a foto das Tricoteiras da Esperança. (Mostra a foto.) Vocês podem perceber que foi tirada exatamente nesta Casa, há alguns dias. Era impressionante a força que elas tinham e a esperança de que poderiam ter uma vida melhor, e foi exatamente essa esperança que fez com que elas entrassem naquele avião.

Um desastre aéreo é uma coisa trágica, e nós, hoje, aqui temos que dizer que o que tem que ocupar os nossos corações, neste momento, é exatamente a solidariedade com a dor dessas famílias; é uma dor irreparável a perda de qualquer pessoa que nós amamos. Essa tragédia eu nem sei se pode ser intitulada de acidente, porque acidente é a expressão de uma coisa acidental que acontece, como expressa a própria palavra. Mas como se nomina uma história que se repete? Como se nomina uma tragédia que acontece numa pista? E repetem-se, nos últimos anos, acidentes similares, não com a proporção dessa tragédia, mas aconteciam com aviões menores.

Toda tecnologia hoje - nós, leigos, sabemos disso - é capaz de criar pistas mais seguras.

Srª Presidente, peço o meu tempo de Liderança para poder continuar esta discussão.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Quero acrescentar que o que nos faz estarrecidos diante desta tragédia é o fato de hoje se possuir uma tecnologia capaz de dar segurança às pistas aéreas.

O que nos deixa estarrecidos é exatamente a realidade que nos prova que, nós últimos anos, inúmeros acidentes já ocorreram naquele Aeroporto de Congonhas. O que nos deixa traumatizados é saber que, há um ano, aproximadamente, se sucedem denúncias subseqüentes da crise aérea brasileira, do chamado “apagão aéreo”.

Eu acho que hoje não é dia de nominarmos culpados, até porque estamos confiantes nas investigações que estão sendo feitas, acompanhadas pela sociedade brasileira, mas nós temos que aproveitar este momento para refletir sobre a falta de ética na política brasileira e a falta de responsabilidade dos agentes públicos que, inclusive neste caso específico, são capazes de liberar um aeroporto a respeito do qual qualquer leigo brasileiro sabe da sua incapacidade de funcionamento com segurança. Vendo aquelas fotos, nós vimos que os aviões aterrissavam quase em cima do tráfego paulista, e que, a poucos metros, havia um posto de gasolina. É preciso ser um engenheiro para saber que isso oferece risco à população? Não! Isso é o reflexo de uma sociedade que se rege fundamentalmente em cima da superficialidade, em cima do lucro, e este é um Governo que não tem sido capaz de reverter essa lógica.

Nós, quando viajamos pelos aeroportos brasileiros, ficamos impressionados, e eu passei, recentemente, pelo Aeroporto de Recife. É impressionante a quantidade de mármores que existem naquelas paredes, a riqueza daquele prédio, mas até muito recentemente a pista do Aeroporto de Recife terminava exatamente em cima de uma vila como o Aeroporto de Porto Alegre. E eu quero dizer às Sras Vereadoras e aos Srs. Vereadores que, há muitos anos, nós, inclusive nesta Casa, tentamos acelerar o processo em relação à Vila Dique. Infelizmente alguns Vereadores, inclusive os que tiveram essa postura não estão mais nesta Casa, criaram obstáculos ao aceleramento desse processo.

Então, se uma tragédia dessas é irreversível, se a dor das famílias é incomensurável, eu acho que nós temos de aproveitar este momento de tragédia para sermos mais exigentes, para cobrarmos mais, para sermos mais responsáveis, no sentido de pressionarmos todos os responsáveis de todas as instâncias, quer sejam da ANAC, da Infraero, quer seja um gerente de operações, um profissional de engenharia que libera uma pista pressionado pelos seus chefes, ou um Ministro que, evidentemente, publicamente, como é o Ministro da Defesa brasileira, não tem condições de ser Ministro e talvez por uma vaidade, por um apego exacerbado ao Poder, continua no cargo sem que o Presidente da República tenha condições e autoridade para retirá-lo.

Eu acho que talvez não seja este o momento para pedirmos as demissões dos culpados, porque, neste momento, eu acho que nós temos de nos centrar na dor de quem viveu a tragédia.

Mas é um pouco inevitável a indignação de todos nós perante esta realidade. Não é possível irmos procurar culpados pontuais, é preciso reformular a óptica desse trabalho. É preciso revermos os conceitos que hoje estão permitindo uma crise que persiste há quase um ano.

Acho que é preciso, inclusive, despartidarizar esse debate; é preciso que este Parlamento se una; é preciso que os parlamentos brasileiros se unam e peçam imediatamente a mudança desta realidade. Ela poderá ser dura para alguns, pessoalmente, mas o que está em jogo é a vida das pessoas. É essa a questão que temos de colocar com fundamentalidade, ela tem de ser a determinante nas definições políticas.

Se a nossa sociedade brasileira, se nós, políticos, não pressionarmos para uma mudança institucional, de conceito, de investimento, de alocação dos recursos públicos na área da segurança, porque isso também é segurança, nós seremos coniventes com novas tragédias.

Concluo, dizendo que acabei saindo um pouco do foco da intervenção que queria fazer, que é o estado de luto que a cidade de Porto Alegre vive, que o Brasil vive, diante desta tragédia. Mas eu espero que, pelo menos, ela sirva para nos mobilizar contra esse tipo de ética pública que se estabelece neste País hoje, e que possamos, enfim, mudar, e mudar, esses conceitos para se mudar a gestão, para se mudar a situação de insegurança que o País vive nessa área. Obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Verª Margarete Moraes está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Srª Presidenta, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos assiste, creio que hoje ninguém pode ignorar esta tragédia, essa consternação que se abate sobre Porto Alegre, sobre o Rio Grande do Sul, sobre o País e sobre o mundo. E, também, ninguém pode ignorar esse sentimento de solidariedade às famílias, aos pais que perderam seus filhos, aos filhos que perderam os pais ou os avós. E, também, quero lembrar daquelas senhoras que aqui estiveram, nesta Casa, que usavam o tricô, e que vão continuar usando, as que estão vivas, pois o tricô, como um símbolo da espera, vem da nossa literatura, quando a mulher de Ulisses tricotava esperando por ele, e desmanchava, e tricotava, e desmanchava. Mas essas tricoteiras tinham uma meta, elas não desmancham, elas tricotam, e certamente nós torcemos e queremos lutar para que atinjam a sua meta.

Em nome da Nadja de Paula, do Dr. Paulo de Tarso Silveira, do Deputado Júlio Redecker, nós também queremos prestar a nossa solidariedade a todas as pessoas anônimas, a essas pessoas que ninguém de nós, aqui, conhecíamos, mas que também tinham vida e que merecem essa solidariedade. Eu tenho certeza de que, dada a gravidade, a dimensão deste momento, nós temos que ter muito cuidado com as palavras, Ver. Todeschini, muito cuidado e muita cautela, porque existem várias causas, e nós devemos, com muita responsabilidade, esperar pelas investigações que estão sendo feitas, com muita seriedade, com muito senso de justiça, pois esta tragédia não pode se prestar para uma disputa política e muito menos partidária.

Eu ouvi o Governador José Serra, que foi ao local do acidente, e no momento ele falou muito em cautela, ele não queria falar nada, pela gravidade do momento. Seria uma irresponsabilidade muito grande se nós acusássemos qualquer uma das causas, como por exemplo: será que a pista estava certa? O Ministro da Justiça, Tarso Genro, já disse que a Polícia Federal vai fazer uma investigação para ver as condições da pista, se ela tinha condições de ser entregue como foi. Será que foi imperícia do piloto ou dos dois comandantes, como mostrou a televisão, porque um avião que aterrissou dez minutos antes ele usou 10 segundos para atravessar a pista, e este, do acidente, levou três segundos - eu não posso culpar -, ou algum problema mecânico na aeronave? Poderá ser também. Eu acho que é muito triste essa situação, e nós queremos prestar toda a nossa solidariedade - o nosso Líder, Ver. Adeli, já falou isso, o Ver. Oliboni também, e eu tenho certeza que o Ver. Todeschini também - às famílias, e queremos, sim, que todos os culpados, todas as causas sejam investigadas, e, se houver culpados, que sejam, com certeza, punidos.

O segundo assunto eu vou reservar para a próxima Reunião Representativa, que diz respeito a um Ofício que eu e o Ver. Todeschini encaminhamos ao Prefeito, porque cabe aos Vereadores fiscalizar o Executivo, legislar, propor idéias ao Executivo em relação ao futuro da cidade de Porto Alegre, a tudo que diz respeito a Porto Alegre, que diz respeito a qualquer cidadão e diz respeito aos Vereadores que representam os cidadãos e cidadãs desta Cidade. Eu e o Todeschini, a Bancada do Partido dos Trabalhadores, nós achamos que a Cidade deve crescer, deve se desenvolver, mas que deve se desenvolver em harmonia com a preservação do meio ambiente e com a preservação cultural, patrimonial, porque assim nós estamos preservando o presente, preservando o futuro. Foi nesse sentido que nós encaminhamos um Ofício ao Prefeito, sugerindo o tombamento do Estádio Olímpico, como gremistas que somos, sinceros, que temos verdadeira paixão pelo nosso time, e o Estádio Olímpico significa um símbolo, um símbolo de uma história, de uma história que tem paixão, que tem sentimento, que têm muitas pessoas que deram o seu sangue - por exemplo, a campanha do tijolo, que, quando eu era criança em Iraí, o meu pai fazia - na construção desse Estádio que é o nosso. Ele não merece ser destruído. Imaginem em pleno PAN, se o Estádio do Maracanã, que foi todo restaurado agora, pois estava nas piores condições, tivesse sido destruído? O Maracanã, para o Brasil, para o mundo do futebol, significa muito. Nós temos a metade do Rio Grande do Sul gremista, que gosta do seu estádio, quer vê-lo reformado, restaurado e adequado aos novos tempos, e quer ajudar, mas não aceita essa destruição.

Então, eu quero me manifestar sobre isso na próxima Reunião, mas dizer que eu não entendo a posição do Ver. Haroldo de Souza que, na rádio Guaíba, ao invés de colocar razões de mérito contra essa idéia, ele preferiu atacar dois colegas Vereadores, preferiu atacar o Ver. Todeschini e eu, dizendo que o único intuito nosso era aparecer, que a gente não tinha porque fazer isso. Esse é um dever nosso, é nossa obrigação, quem discordar tem o direito de discordar, mas que use argumentos e que não use meras ofensas contra dois Vereadores que merecem ser respeitados. Obrigada, desculpa-me por ter passado do tempo, Verª Maria Celeste.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Solicito ao Ver. Alceu Brasinha que assuma a presidência dos trabalhos, para que eu possa usar o período de Comunicações.

 

(O Ver. Alceu Brasinha assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Alceu Brasinha): A Verª Maria Celeste está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Ver. Alceu Brasinha, na presidência dos trabalhos, neste momento; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, profundamente consternada, também quero aqui me solidarizar com as vítimas, com os familiares deste trágico acidente que nos deixou de uma forma, Ver. Todeschini, bastante consternados nas últimas horas. Quero dizer da profunda tristeza que a cada momento em que os nomes estão sendo divulgados, foram divulgados, mas, sobretudo, pelas fotografias, pois quando não associamos o nome ou o sobrenome à pessoa, verificamos, ao abrir o jornal, que, a cada momento, a cada dia que passa, um rosto conhecido, alguém de uma trajetória, um trabalho importante, como já foi falado aqui das mulheres tricoteiras, mulheres guerreiras, Verª Clênia Maranhão, que estiveram conosco, junto com o advogado e a direção do Sindicato. Lamentavelmente, perdemos aquelas guerreiras que vinham, há muitos anos, lutando por uma causa extremamente justa, que era o pagamento dos precatórios do Estado do Rio Grande do Sul. Lamentamos, também, da mesma forma, todos os sindicalistas que estavam ali, especialmente a Srª Nadja, que também era uma mulher de destaque na sua área e que por várias vezes usou desta tribuna; esteve conosco neste plenário para colocar as suas preocupações, reivindicações frente ao trabalho do Sindicato.

Também lamentamos profundamente pela direção do SBT, pelo seu Diretor-Executivo do Estado do Rio Grande do Sul e, sobretudo, pelo diretor do programa, o Sr. João Brito, que há 20 dias nos convidou, como Presidente desta Casa, junto com o Prefeito Municipal, para participarmos de um programa diferenciado do Jornal do Meio-Dia do SBT, que foi no Largo Glênio Peres. A forma e a ousadia do Sr. João Brito que, naquele momento, estava extremamente preocupado com a condução dos trabalhos - de tirar o programa de televisão de dentro de um estúdio de televisão para as ruas da cidade de Porto Alegre -, nos sensibilizou e fez com que fôssemos até o programa, junto com Prefeito; também o Deputado Estadual Frederico Antunes esteve lá para dizer da alegria do aniversário daquela emissora e daquele programa naquele momento. Naquele momento, a preocupação dele era com referência às suas filhas, às meninas gêmeas que ele tem, e com a cidade de Porto Alegre, tanto que ele me disse que estava inaugurando um quadro novo no programa que dá destaque para um lugar especial da cidade de Porto Alegre. Então, eles estão divulgando alguns lugares que os próprios porto-alegrenses não conhecem em relação à cidade de Porto Alegre. Gentilmente, ele encaminhou para esta Presidência, logo a seguir do Programa, um VT, uma vinheta, dando conta deste novo olhar sobre a cidade de Porto Alegre que ele, como produtor do Programa, estava colocando à disposição.

Então, estamos bastante chocados por ver que alguém com idéias tão brilhantes, tão preocupado com a cidade de Porto Alegre, não estará mais conosco, assim como também o Deputado Federal Júlio Redecker, um líder combativo que, da sua forma, sempre se colocou a favor do povo brasileiro.

Mas eu queria, rapidamente, também abordar um outro assunto que diz respeito especialmente à Câmara Municipal de Porto Alegre. Nós temos sido instigados pela imprensa em relação aos problemas que ocorreram na Assembléia Legislativa na questão da investigação dos selos. Quero aqui dizer, com muita tranqüilidade, que nós tratamos, sobretudo, em cima de boatos. A Câmara Municipal não foi instigada, não foi solicitada nem pela Polícia Federal e nem por qualquer órgão de delegacia policial, no sentido de prestar declarações ou depoimentos em relação a algum fato contundente, especificamente que diga respeito à Câmara Municipal. Houve boatos de uma pessoa que declarou que, de fato, usou a agência dos Correios da Câmara Municipal de Porto Alegre para fazer as suas negociatas e negociações.

Então, eu quero deixar extremamente claro, não há envolvimento algum, até o momento, da Câmara Municipal, de qualquer servidor, de qualquer Vereador em relação a esta questão da fraude dos selos. Quero fazer isso de uma forma bastante oficial, para esclarecer que nós tomamos algumas medidas preventivas, Ver. Alceu Brasinha, em cima dos fatos, de boatos que foram noticiados pela imprensa. Verificamos, checamos todo o processo da questão dos selos, daqui da Casa, da disponibilidade deste material para os Vereadores, para que pudéssemos perceber se houve algum erro, algum processo que deixasse em dúvida esta questão do uso desta agência na Câmara Municipal. Essa medida foi preventiva e não houve constatação de nenhuma irregularidade, Verª Clênia Maranhão. Nenhuma irregularidade foi apresentada no processo estabelecido, aqui, de forma conjunta, pelo Diretor-Geral, pela Diretoria de Patrimônio Financeiro desta Casa com o Gerente da Agência dos Correios desta Casa. Também houve uma reunião para que pudéssemos checar todo o processo para verificarmos, enfim, se existe alguma irregularidade ou possibilidade de uma fraude em relação a essa questão. Checando todo o sistema, eu quero deixar registrado, com muita tranqüilidade, e os Vereadores têm total tranqüilidade sobre essa questão também, que nós temos uma quota básica mensal que está disponível para uso do Correio, no valor de R$ 2.700,00. Não é só para selos, é importante que se diga isso; é para todo e qualquer produto disponibilizado na Agência dos Correios desta Câmara Municipal. Isso significa que não é só uso de selo, mas uso de cartões, de telegramas, enfim, de todo material que os Vereadores têm à disposição numa Agência dos Correios, como esta nossa Agência, aqui.

Quero dizer, então, desta tranqüilidade, e dizer que nós estamos à disposição. A Mesa Diretora e Lideranças continuam se reunindo nas quartas-feiras, que foi a combinação que nós fizemos. Não há necessidade de nenhuma convocação extraordinária. Nas quartas-feiras, estamos aqui, em Comissão Representativa; reunimos todas as Lideranças e a Mesa Diretora para, eventualmente, se houver necessidade, tomarmos outras medidas. Quero dizer desta tranqüilidade, porque o sistema que nós adotamos na Câmara Municipal é extremamente diferente do sistema adotado na Assembléia Legislativa, Ver. Aldacir Oliboni. Nós não temos nenhum servidor que faça essa relação com o Correio, são os Gabinetes dos Vereadores que, dentro da sua quota básica mensal disponibilizada, têm um crédito para gastar na Agência dos Correios. Diferentemente da Assembléia, em que lá, sim, tem um servidor, tem alguém que fazia todo esse intercâmbio com os Gabinetes dos Deputados.

Então, com muita tranqüilidade, acho que é um momento de calma, de responsabilidade que nós temos. Queremos, sim, que a Polícia Federal investigue, queremos que a Polícia Civil investigue e, se houver algum problema, os Gabinetes estão orientados, inclusive para, junto com o Diretor-Geral, colocar, denunciar, se for necessário, fazer ocorrência policial de alguma dúvida, de alguma questão que ainda tenha ficado sem muito esclarecimento.

Nós queremos, sim, que os boatos sejam apenas boatos. Estamos fazendo um trabalho extremamente preventivo, mas não nos furtaremos de, se houver necessidade, que a Polícia Federal, que o Departamento de Polícia Civil venha para dentro desta Casa e faça as investigações necessárias, porque nós, aqui, queremos trabalhar com transparência e com muita regularidade, como sempre fizemos, aliás, na Câmara Municipal. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

(A Verª Maria Celeste reassume a presidência dos trabalhos.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, também venho aqui, no mesmo espírito, manifestar a minha solidariedade e consternação que todos nós estamos tendo pelo grave incidente ocorrido. Inclusive, no mesmo dia, pela manhã, viajei pela TAM, em companhia do Secretário Busatto e do Secretário Clóvis, e mais um conjunto de lideranças de pessoas conhecidas, inclusive, pessoas há pouco homenageadas aqui nesta Casa. E quando estávamos na fila do embarque, no retorno, às 19 horas, recebemos a triste notícia que causou ainda uma apreensão maior para nós que estávamos em Brasília, para retornar a Porto Alegre.

Então, a nossa solidariedade às famílias, ao PSDB, pela vitimização do Deputado Júlio Redecker, com quem tínhamos sempre diálogo, quem sempre encontrávamos em Brasília ou nas viagens. Perdemos lideranças do mundo jurídico; lideranças do esporte, como o ex-presidente do Sport Club Internacional, Rogério Amoretty; lideranças do mundo jurídico, do mundo acadêmico e muitas lideranças empresariais do Rio Grande do Sul.

Eu quero fazer uma referência a duas pessoas; eu vi crescerem desde pequenas empresas até potências, hoje poderosas transnacionais, como o fundador e presidente do Grupo Medabil, o senhor Atílio Bilibio, que eu conheço há 37 anos, lá de Nova Bassano, e também Itaciro Paludo, filho de Vicente Paludo, fundador do Grupo Vipal e atual Vice-Presidente do Grupo Paludo Participações, também outra empresa responsável por gerar 60% do ICMS arrecadado em Nova Prata, cidade onde vivi até os 19 anos, e todas as outras pessoas, personalidades e lideranças aqui de Porto Alegre e outras cidades do Rio Grande do Sul.

Quero lamentar aqui a forma como a empresa tratou as pessoas, os familiares, com a não-divulgação da lista; acompanhei pela imprensa e passei pelo aeroporto à meia-noite, quando chegamos. A empresa tem o nome, porque estou ainda com o canhoto do embarque; todas as empresas têm a possibilidade e a condição de informar, e acho que não precisava ter gerado tanto estresse e aumentar tanto a aflição, como se acompanhou pela imprensa, aumentando o drama dos familiares, amigos e parentes das vítimas. Esse é um episódio que temos a lamentar. Creio que temos que esperar, com toda a cautela, a análise das responsabilidades e as devidas providências por parte de todas as autoridades e de todos os que têm a ver com o assunto.

É importante que se retome este assunto, porque estamos há dois anos, Verª Clênia, discutindo a questão do novo Aeroporto de Porto Alegre, inclusive, agora, neste momento, era para o Presidente Lula estar aqui para fazer o anúncio oficial do PAC, cuja principal obra do Rio Grande do Sul é a ampliação do Aeroporto, com o reassentamento das três mil famílias da Vila Dique e da Vila Nazaré, sendo 1.500 agora, na primeira etapa, daquelas famílias ocupantes das áreas na projeção da ampliação da pista.

Creio que nós temos que ter uma preocupação, pois fui chamado na semana passada na Vila Nazaré e lá as lideranças não têm informação nenhuma sequer sobre o cadastro, que deveria já ter sido feito, e pelo fato de o cadastro não ter sido feito, Ver. Oliboni, já tem uma outra ocupação paralela entre o Aeroporto e a Vila Dique, o que aumenta e dificulta, depois, o problema do reassentamento.

Então, estou pedindo e aguardando uma agenda com o Dr. Tessaro - Diretor do DEMHAB -, porque as pessoas também estão aflitas - eu estive na semana passada na Vila Nazaré -, porque não têm informação alguma, ainda. As pessoas da Vila Dique têm informações parciais e muito precárias. E o terreno, depois de muita luta, parece que foi adquirido: é aquele ao lado do Sambódromo, na Av. Bernardino Silveira Amorim. Porém, não se vê os projetos em andamento e, ao que se sabe, os recursos já estão depositados na conta da Prefeitura para o início das obras. Há todo um processamento a ser feito, como o licenciamento ambiental, a análise do impacto de vizinhança, uma série de medidas que precisam andar, e essa é uma obra que tem, sim, que ter prioridade, porque aquelas famílias que ocupam hoje a cabeceira do Aeroporto já estão em risco há muito tempo. Assim como em São Paulo, há muito tempo é sabido que as ocupações acontecidas e a invasão no entorno do Aeroporto de Congonhas é um problema criado há muito e que aquele Aeroporto, além de ter sobrecarga, que não pode ter - isto é sabido, é tranqüilo -, não tem mais como remendar a ampliação dos escapes e das alternativas de segurança.

Ainda bem que aqui temos possibilidade de solução, porque essa é uma política definida pelo Governo Federal, pelo Governo Estadual - que é participante, também, da obra de ampliação do Aeroporto - e do Governo Municipal.

Mas nós poderíamos estar com as obras bem mais adiantadas, uma vez que o problema dos recursos - que é o grande problema - já está solucionado com o aporte do dinheiro, principalmente por parte do Governo Federal. E frise-se aqui, também, que a área foi adquirida por Emenda coletiva da Bancada dos Deputados do Rio Grande do Sul, ainda em 2005. Cerca de 5 milhões, que viabilizaram a aquisição do terreno foi por disposição e por acordo comum coletivo da nossa Bancada federal. Muito obrigado pela atenção.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Srª Presidenta, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, é um dia muito triste para nós, para mim, principalmente, porque é lamentável o que aconteceu para os familiares, enfim, para o Rio Grande. O Rio Grande é que sai perdendo muito mais. Mas o que é que se vai fazer?

Mas eu venho aqui a esta tribuna falar novamente da Governadora Yeda. A Governadora Yeda assumiu no dia 31 de janeiro de 2006 e, simplesmente, até hoje, não olhou para nós, para a Baltazar de Oliveira Garcia. São 201 dias de Governo. A Yeda, simplesmente não nos atendeu, não falou conosco. E, quando ela esteve aqui na Câmara, ela prometeu - lembro que a Presidenta cobrou - que esta obra da Baltazar seria uma das principais obras a serem imediatamente resolvidas, com a Linha Rápida, e, até hoje, o Governo do Estado não conseguiu sequer colocar um pingo de asfalto lá.

Se a Baltazar ainda continua funcionando, aberta, é porque o nosso Prefeito Fogaça tem mantido a sinalização, tapando os buracos, enfim. Mas, como está dentro do Município, muita gente acha que a obra é do Prefeito Fogaça, mas não é: é da Dona Yeda, da Srª Governadora Yeda, que, até agora, sequer olhou pela Baltazar! O que é que ela acha? Que lá não há comerciantes, não há empresários, não tem nada, não há moradores? É muito grande o fluxo, lá.

Então, eu acho que está na hora de a Yeda resolver o problema, ela é Governadora, foi eleita para governar, e sabia que o Rio Grande ia ter problemas, que estava sem dinheiro, mas ela que achasse um jeito de arrumar! Porque, se ela não consegue arrumar a Baltazar de Oliveira Garcia, que é pequena, quando é que ela vai conseguir fazer uma obra grande? Não tem condições! Se não consegue fazer sete, oito quilômetros de asfalto, como é que ela vai fazer 100 quilômetros, 200 quilômetros de asfalto? Não tem condições! Sinto muito falar, porque eu votei na Governadora Yeda, trabalhei com a Yeda, fiz campanha para a Yeda, andei com o meu caminhão, pedindo votos para a Yeda e, simplesmente, ela, até agora, não resolveu o problema.

E o problema é sério, literalmente está quebrando todo mundo! Será que ela vai terminar essa obra lá em 2009, ou, quem sabe, em 2010, já que até agora ela não terminou? Nós tivemos uma Audiência Pública com o Secretário Záchia no dia 11 de abril - hoje completam 99 dias -, e ele prometeu que faria uma comissão para nós irmos ao Rio de Janeiro para cobrar do banco a solução do problema da Av. Baltazar, mas, até agora, passados 99 dias, ele também não conseguiu dar uma resposta.

 

O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite um aparte?

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Tenha a bondade, Ver. Todeschini.

 

O Sr. Carlos Todeschini: É muito importante isto que o senhor está dizendo, porque o Governo Federal, através do BNDES, já disponibilizou 90% dos recursos, e espera-se que o Governo do Estado entre com a contrapartida, que é de 10%. E nós estamos esperando durante todos esses meses que o Governo do Estado providencie cerca de um milhão e oitocentos a dois milhões e meio, ou algo em torno desse valor, pois estamos dependendo da ação do Estado, que é o responsável pela obra. Portanto, o Governo não precisa ir ao Rio de Janeiro, não precisa gastar, e nem ter essa preocupação, porque o dinheiro já está disponibilizado. É preciso que o Estado faça a sua parte, mas ele não está fazendo.

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Obrigado, Ver. Todeschini. Então, meus amigos, eu já falei várias vezes sobre este assunto aqui. Venho falar, novamente, pois eu acho que este é o lugar em que a gente pode cobrar. Eu entendo que eu tenho que cobrar, pois eu fiz campanha para a Governadora, votei nela; então, eu acho que eu tenho que falar com ela, porque tem que cobrar do representante, e a nossa representante maior é a Governadora Yeda. Eu quero que ela tome uma atitude imediata e faça essa obra, porque não há mais condições de se trafegar pela Av. Baltazar. Ela está em péssimas condições. Não há mais nenhuma condição. Então, Governadora, olhe para este Vereador que está sofrendo para defender a população, as pessoas que necessitam da Av. Baltazar de Oliveira Garcia. Faltam 161 dias para completar um ano do seu Governo. Quem sabe a senhora nós dá esse presente e começa essa obra imediatamente, porque, realmente, essa será uma grande oportunidade para que a senhora recupere a sua imagem junto à população de Porto Alegre. Eu estou muito triste com o seu Governo. Muito triste! Governadora, a senhora entrou para resolver os problemas! Não resolveu nem o problema da Av. Baltazar, que é pequeno, como é que a senhora vai fazer para resolver os problemas do Rio Grande do Sul? Não há condições, Governadora! Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Visivelmente, não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Reunião.

 

(Encerra-se a Reunião às 11h.)

 

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